3 de mai. de 2009

O narcisismo no século XXI

Hoje, tratarei de um assunto que, embora me surgiu por conta de uma foto, foge um pouco desse tema.

A Lenda de Narciso
Narciso era um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua beleza num lago.
Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de Narciso.
Quando Narciso morreu, vieram as Oreiades - deusas do bosque - e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.
- Por que você chora? - perguntaram as Oreiades.
- Choro por Narciso - respondeu o lago.
- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso - continuaram elas. Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.
- Mas Narciso era belo? perguntou o lago.
- Quem mais do que você poderia saber disso? - responderam surpresas as Oreiades.
- Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.
O lago ficou algum tempo quieto e por fim disse:
- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. "Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas próprias margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos minha própria beleza refletida."

(jovem mergulhando a cabeça no lago da Praça da República, que no dia encontrava-se extremamente poluído por conta da sujeira da Virada Cultural 2009). Após seu "show", ele foi retirado do local por populares.

Durante a Virada Cultural 2009, me deparei com a cena acima que, mais do que render a foto, me pôs a pensar sobre o mundo que vivemos atualmente.
Se pensarmos que a liberdade para fazermos - quase - tudo o que quisermos é algo recente, comparado com a história do ser humano, chegamos a conclusão de que ainda não aprendemos a lidar com essa situação.
Na minha opinião, o ínicio do século XXI é marcado pela tolerância. Particularmente, não vejo uma pessoa pela sua religião, cor, raça, sexualidade e costumes. Assim como acho que cada um livre para o uso de drogas, álcool, tabaco, etc. Porém sinto compaixão quando vejo alguém que não consegue controlar seus impulsos ou vícios, buscando a autodestruição ou, no caso acima, passando por uma situação vexaminosa perante uma multidão.
O meu questionamento é que se, segundo Ghandi, "você deve ser a mudança que deseja ver no mundo", que mundo teremos quando parte da sociedade mostra-se despreparada para deixar sua marca?

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